Dark angel.


Samantha andava pela rua lentamente, observando cada vitrine de loja. O mês era dezembro e ela se sentia maravilhada com a neve, era uma das suas coisas preferidas no mundo. O natal se aproximava mais a cada dia e ela lembrou que ainda havia alguns presentes para comprar, por isso o passeio. Katherine não demoraria a chegar, elas haviam combinado de se encontrar ali.
Enquanto esperava a amiga chegar, Samantha se sentou em um banco para poder apreciar as luzes de natal. Essa era a melhor época do ano, com seus pontos coloridos, a neve, a alegria das pessoas, as renas. Ela se parecia com uma criança sempre que dezembro chegava. Seu celular apitou informando uma mensagem: Katherine, por um milagre, se atrasaria um pouco dessa vez. Então Samantha apenas se recostou no banco - que por sorte não estava molhado ou gelado demais - e ficou observando a sua volta. Em alguma loja qualquer tocava uma canção de natal.
- Você vai congelar aqui - um homem sentou ao seu lado.
- Eu gosto do frio.
- É, eu também - ele olhou em volta e depois para o céu. - As ruas parecem mais vivas.
- E as pessoas mais alegres.
- Exatamente! - os dois riram um pouco.
- Minha amiga diz que sou maluca, que o frio faz com que todos fiquem rabugentos.
- Isso não é verdade.
- É o que eu digo - ela deu de ombros.
Eles ficaram em silêncio por um tempo, apenas observando as pessoas que passavam por perto.
- John, by the way.
- Samantha.
- É um prazer conhecê-la, Samantha. E bom saber que alguém compartilha os mesmos gostos que eu.
- Acontece de vez em quando - ela riu.
- Alguém já te disse que você parece um anjo negro?
- Oi?
- Um anjo negro. Sua pele é clara, seus olhos são azuis, sua voz é doce e delicada, como que seduzindo a todos, mas ao mesmo tempo firme e imponente. Porém seus cabelos são pretos.
- Isso foi uma cantada? - ela estava quase levantando para se afastar daquele maluco.
- Não, não foi - ele riu. - É só que você me lembrou um anjo. Mas anjos costumam ter cabelos loiros e o seu é preto. Seu sorriso também é lindo.
- Obrigada. Eu acho - ela fez uma careta.
- Pode agradecer, foi um elogio comum.
- Não exatamente comum, vindo de um estranho que diz que isso não é uma cantada.
- Eu estou apenas apreciando o dia. A companhia foi coincidência.
- A conversa também?
- Minha mãe sempre disse que eu devia ser educado com todos - ele riu e Samantha gargalhou.
- Okay, a sua risada é estranha.
- Todos dizem. Escandalosa demais, eu sei. Mas risos não devem ser contidos, então não me importo.
- Você está certa.
- Normalmente estou - ela deu de ombros, como se fosse uma verdade simples. - Foi um prazer te conhecer, John - ela se levantou.
- Eu digo o mesmo, Samantha. Até qualquer dia?
- Até qualquer dia - ela sorriu e foi caminhando em direção à Katherine que observava uma vitrine qualquer.

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